Ao SantoFlow, Thiago Brado fala sobre rotina de show e período de depressão

Em uma entrevista sincera e cheia de reflexões, o cantor Thiago Brado, fala ao SantoFlow e compartilha seu processo de equilibrar carreira e vida pessoal, especialmente após enfrentar desafios emocionais e a exaustão das constantes viagens. Ele detalha como a pandemia o ajudou a reavaliar suas prioridades, encontrando um novo caminho para balancear sua missão e o tempo com a família. Aqui estão os principais trechos da conversa.

SantoFlow - Como está o seu processo hoje em relação a shows e viagens? Você mencionou que deu uma diminuída, mas nunca parou completamente, né? Você gosta de viajar e estar nos shows. Muitos cantores, em determinado momento, decidem reduzir bastante o ritmo, mas eu ainda vejo você muito na estrada.

Thiago Brado - Sim, eu tive uma experiência intensa até 2019. Entre 2017, 2018 e 2019 foram os três anos em que mais viajei. Eram 20 a 22 eventos por mês. Eu ficava quatro dias em casa, e logo já tinha que refazer a mala e voltar pra estrada. Foi a fase em que meu filho tinha um aninho, dois, três anos, e era necessário estar sempre na ativa. As pessoas acham que me fiz na internet, mas eu me fiz no “chão de fábrica”, como a gente fala. Eu ia para grupos de oração e igrejas pelo Brasil todo, estava lá com o CDzinho.

SantoFlow - É interessante como todos os cantores que passam por aqui falam a mesma coisa, e a maioria não foi para o Acre. Vamos fazer uma campanha, reunir alguns cantores e levar para o Acre!

Thiago Brado - (risos) Pois é! Também não fui para o Acre! Teve uma vez que ia, mas choveu e o aeroporto ficou alagado. Não deu certo. Mas tirando isso, rodei muito. Em 2019, entrei em um processo difícil, quase depressivo, por conta da estafa. Era difícil sustentar a equipe sem viajar, então era necessário seguir, mesmo com a saudade de casa, do meu filho e da minha esposa.

SantoFlow - E você chegou a procurar ajuda durante esse processo? Terapia, medicação?

Thiago Brado - Não cheguei a tomar remédios, mas fiz terapia por um tempo para me entender e me encaixar. Minha música também passou por um processo. Até 2019, minhas músicas eram racionais. Depois da crise, comecei a me questionar mais e isso refletiu na minha arte. Lancei o projeto “Metade Inteiro” que simboliza essa busca por me reencontrar e ser inteiro novamente, com Deus.

SantoFlow - Como foi passar pela pandemia? Imagino que tenha sido um período muito complicado também.

Thiago Brado - A pandemia foi um misto. Ao mesmo tempo que foi triste, também foi a cura para mim. De repente, saí de 22 dias na estrada para estar todos os dias em casa. Isso trouxe desafios no casamento e na vida profissional, mas me fez rever meus projetos e buscar o equilíbrio. Demorei dois anos para equilibrar tudo e, em 2022, finalmente consegui. Hoje, faço no máximo 12 shows por mês.

SantoFlow - E mesmo com essa redução, você ainda encheria 22 shows por mês, pela força da sua música, certo?

Thiago Brado - Sim, facilmente. Ainda temos muita demanda, apesar de os eventos não estarem tão cheios como antes, estão voltando aos poucos. Mas eu escolho priorizar o equilíbrio com minha família.

SantoFlow - E como está seu filho? Ele gosta de música?

Thiago Brado - Ele tem seis anos e é afinadinho, gosta de música, mas está na fase do futsal e futebol agora (risos).

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