Papa Francisco explica como o Espírito Santo nos liberta do medo
29 de Maio de 2023
Hoje, solenidade de Pentecostes, o Evangelho leva-nos ao Cenáculo, onde se refugiaram os Apóstolos depois da morte de Jesus ( Jo 20, 19-23). O Ressuscitado, na noite da Páscoa, apresenta-se precisamente naquela situação de medo e angústia e, respirando sobre eles, diz: «Recebei o Espírito Santo» (v. 22). Deste modo, com o dom do Espírito, Jesus quer libertar os discípulos do medo, deste medo que os mantém fechados em casa, e liberta-os para que possam sair e tornar-se testemunhas e anunciadores da o Evangelho . Detenhamo-nos um pouco no que o Espírito faz: Ele liberta do medo.
Os discípulos tinham fechado as portas, diz o Evangelho, “de medo” (v. 19). A morte de Jesus os chocou, seus sonhos foram destruídos, suas esperanças desapareceram. E eles se fecharam por dentro. Não só naquele quarto, mas dentro, no coração. Gostaria de sublinhar isto: fechado por dentro. Quantas vezes nós também nos fechamos? Quantas vezes, por causa de alguma situação difícil, por causa de algum problema pessoal ou familiar, por causa de um sofrimento que nos marca ou do mal que respiramos ao nosso redor, corremos o risco de cair lentamente na perda da esperança e perder a coragem de continuar? Isso acontece muitas vezes. E depois, como os Apóstolos, fechamo-nos, barricando-nos no labirinto das preocupações.
Irmãos e irmãs, esse “fechamento” acontece quando, nas situações mais difíceis, permitimos que o medo tome conta e deixemos que sua voz forte domine dentro de nós. A causa, portanto, é o medo: medo de não conseguir enfrentar, de enfrentar sozinho as batalhas cotidianas, de arriscar e depois se decepcionar, de tomar decisões erradas. Irmãos, irmãs, o medo bloqueia, o medo paralisa. E também isola: pense no medo dos outros, daqueles que são estrangeiros, que são diferentes, que pensam de outra maneira. E pode até haver o temor de Deus: que Ele me castigue, que fique zangado comigo... Se dermos espaço a esses falsos medos, as portas se fecham: as portas do coração, as portas da sociedade e até as portas da Igreja!Onde há medo, há fechamento. E isso não vai acontecer.
No entanto, o Evangelho oferece-nos o remédio do Ressuscitado: o Espírito Santo. Ele nos liberta das prisões do medo. Quando recebem o Espírito, os Apóstolos — celebramos hoje — saem do Cenáculo e saem pelo mundo para perdoar os pecados e anunciar a Boa Nova. Graças a Ele, os medos são superados e as portas se abrem. Porque assim faz o Espírito: faz-nos sentir a proximidade de Deus, e assim o seu amor lança fora o medo, ilumina o caminho, consola, ampara na adversidade. Diante dos medos e do fechamento, então, invoquemos o Espírito Santo para nós, para a Igreja e para o mundo inteiro: que um novo Pentecostes expulse os medos que nos assaltam e reavive a chama do amor de Deus.
Que Maria Santíssima, a primeira a ser cheia do Espírito Santo, interceda por nós.
Fonte: Zenit
https://zenit.org
Outras notícias
-
A Sexta-Feira Santa: mistério da nossa redenção
-
Por que a cruz é o símbolo dos cristãos?
-
5 sugestões de filmes para assistir durante o Tríduo Pascal
-
Versão brasileira da Paixão de Cristo retrata em filme o mistério da cruz
-
A diocese de Jequié se despede do padre João Batista
-
Semana Santa: nossa esperança está enraizada na ressurreição de Cristo