Sábado, 19 de Abril de 2025

Versão brasileira da Paixão de Cristo retrata em filme o mistério da cruz

17 de Abril de 2025 Versão brasileira da Paixão de Cristo retrata em filme o mistério da cruz

Ao ser perguntado sobre "quantos caminhos existem até Deus", o Papa Bento XVI respondeu: "tantos quanto os homens". Ou seja, cada um tem um caminho único de encontro com Cristo. Essa resposta resume a essência do novo filme da Lumine, “O Encontro”, que busca revelar a diversidade de experiências de fé, mostrando como Deus se manifesta, hoje, de maneira viva, concreta e pessoal, no coração de quem O busca sinceramente.

Unindo documentário e ficção, a obra é dividida em duas partes. A primeira traz entrevistas com alguns religiosos, que explicam o entendimento da Igreja sobre o mistério de Deus e do Cristo encarnado, junto com depoimentos de fiéis que contam suas experiências pessoais de encontro com Ele. Ainda há relatos de pessoas de várias partes do mundo – e diferentes crenças – respondendo a pergunta “Quem é Jesus Cristo para você?”. Todas essas exposições são entrelaçadas ao longo do documentário e culminam na ficção que retrata a Paixão de Cristo.

“O filme é uma construção sobre quem as pessoas acham que Deus é e quem Ele realmente é. Nosso objetivo é tirar o espectador da vida cotidiana e levá-lo para dentro do caminho da cruz e do sofrimento de Cristo”, explica o diretor da obra, Gustavo Leite.

Um Deus que se fez homem
“O Encontro” busca resgatar a humanidade de Jesus, mostrando que Ele não é um conceito abstrato, mas uma pessoa real. Nesse sentido, o curta não se limita a mostrar a ressurreição, mas convida o público a contemplar a grandiosidade do mistério da Encarnação de Deus.

“A ressurreição de Cristo é o grande pilar da nossa fé católica. Porém, se levarmos em consideração que Ele é o início e o fim de tudo, então a ressurreição não é, para Deus, o maior feito. O maior feito foi se fazer homem, entrar na nossa fragilidade, sentir as nossas dores e aceitar morrer por amor. A ressurreição é importante para o homem enxergar quem é Deus, mas, para Jesus, o ato de se fazer homem e morrer é ainda maior. É o verdadeiro ato de amor”, reflete Matheus Bazzo, fundador da Lumine.

Caminho do calvário



A obra transita entre uma linguagem documental, com imagens coloridas e quadros amplos nas entrevistas e depoimentos, e uma estética mais simbólica e poética na parte ficcional, filmada em preto e branco. Essa segunda parte tem início no julgamento diante de Pilatos – momento em que, mesmo podendo impedir a condenação de Jesus, o governador romano escolhe não fazer nada. E o filme deixa claro: a omissão também é uma escolha.

No caminho até o Calvário, ocorrem encontros com pessoas que pouco podiam fazer, mas que marcaram profundamente Sua jornada até a crucificação - o olhar de Maria ao vê-Lo cair, a ajuda silenciosa de Cirineu ao carregar a cruz e a delicadeza de Verônica ao enxugar Seu rosto ensanguentado. Há, ainda, alguns flashbacks que relembram o batismo de Jesus, que marcou Sua entrada na vida pública, o primeiro milagre nas Bodas de Caná e Sua entrada triunfal em Jerusalém antes de iniciar Sua Paixão.

“O filme é uma reflexão sobre a liberdade humana diante de Deus e cada detalhe visual e narrativo carrega um profundo significado espiritual. É sobre um Cristo que caminha conosco, que se deixa encontrar em cada detalhe da vida e que nos convida, todos os dias, a segui-lo no caminho da cruz”, enfatiza Matheus.

Bastidores e transformação interior



A intensidade das cenas da paixão e morte de Jesus impactaram os atores da parte ficcional, que relataram terem sido tocados pela experiência – mesmo aqueles que, até então, não tinham uma vivência religiosa. É o caso de Renato Fagundes que interpreta Jesus e descreveu que ser crucificado “é uma experiência bem chocante, mesmo sem ter todo o sofrimento envolvido". Já a atriz que vive Nossa Senhora na obra, Andreia Quezia da Silva, expôs que não praticava sua fé há anos e que o filme reacendeu sua conexão espiritual com Deus.

"Foi muito emocionante interpretar Maria. Imaginar uma mãe vendo tudo o que o filho passou... é algo que toca profundamente. Mas, ao mesmo tempo, ela sabia do propósito. Sabia que Deus estava ali, o tempo todo. E isso me tocou muito. Porque, mesmo em meio à dor, ela tinha a certeza do real objetivo de tudo", revela.

“A Paixão de Cristo” brasileira



“A Paixão de Cristo” (2004), de Mel Gibson, consagrou-se mundialmente por retratar com crueza e intensidade física as últimas horas de Jesus, mostrando todo o sofrimento e a violência da crucificação. Já o “O Encontro”, propõe uma abordagem mais contemplativa e espiritual da Paixão – costurando a dor de Cristo com o mistério de um Deus que se fez homem, revelando, através de símbolos e encontros ao longo do caminho da cruz, a grandeza de um amor que se manifesta na fragilidade humana.

Onde assistir



“O Encontro” é mais uma produção original da Lumine, que já soma 55 produções próprias, entre filmes e séries. A parte ficcional está disponível gratuitamente no Youtube da pelo link https://www.youtube.com/live/O4qBnBBi55w?si=iGNtDXHdOQN_JRyr. O filme completo, com as entrevistas e depoimentos, está na plataforma da Lumine.

Fonte: Vatican News
https://www.vaticannews.va

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